por Nelson Marques
A cerimônia de entrega do Oscar 2018 deve, de certa maneira, continuar a tempestade provocada pela entrega dos prêmios Globo de Ouro 2018. Houve muitas mudanças, muitas alterações de política pessoal, interpessoal e coletiva. Estas mudanças estão ocorrendo, ainda bem!, mesmo que a passos lentos. De maneira geral o Oscar 2018, avaliando-se pela relação dos indicados, está abrindo espaço para novos talentos, como as indicações de Jordan Peele (do filme Corra!) e Greta Gerwig, de Lady Bird. Neste caso, ainda mais, pois Greta é apenas a 5ª. mulher na história de 90 anos do Oscar a disputar a estatueta de Melhor Direção. Antes dela, e se ela ganhar, apenas Kathryn Bigelow (de Guerra ao Terror), em 2010, o fez. Desde 2010, nem indicações mais houve. Há ainda Rachel Morrison como sendo a 1ª. mulher a ser indicada para o prêmio de Melhor Direção de Fotografia, pelo filme Mudbound – Lágrimas Sobre o Mississipi. Mas o páreo está difícil nesta área em razão da qualidade da fotografia dos outros indicados: Blade Runner 2049, O Destino de uma Nação, Dunkirk e A Forma da Água. Neste ano há uma lista de 9 filmes concorrendo à estatueta de Melhor Filme: Corra!, O Destino de uma Nação, Dunkirk, A Forma da Água, Lady Bird, Me Chame pelo Seu Nome, The Post: A Guerra Secreta, Trama Fantasma e Três Anúncios para um Crime. No entanto há apenas 5 diretores concorrendo à premiação de Melhor Diretor: Christopher Nolan (Dunkirk), Greta Gerwig (Lady Bird), Guillermo del Toro (A Forma da Água), Jordan Peele (Corra!) e Paul T. Anderson (Trama Fantasma). Curiosamente (não consigo entender o por quê disso), nem Steven Spielberg (The Post) e nem Martin McDonagh (Três Anúncios para um Crime), apesar de terem os seus filmes indicados a Melhor Filme, não o foram para Melhor Diretor, bem como Luca Guadagnino (Me Chame pelo Seu Nome) e Joe Wright (O Destino de uma Nação). Aparentemente os protestos recentes dos negros contra a Academia parecem ter surtido efeito. Há dois afrodescendentes indicados ao prêmio de Melhor Ator, Denzel Washington (no filme Roman J. Israel, Esq.) e Daniel Kalunya (de Corra!). Há também a indicação de Octavia Spencer para a premiação de Melhor Atriz Coadjuvante, pelo filme A Forma da Água. Como destaques adicionais das indicações deste ano há a de Merryl Streep (mais uma vez!) para a premiação de Melhor Atriz (no filme de Spielberg, The Post) e a de John William para o prêmio de Melhor Trilha Sonora pelo filme Star Wars: Os Últimos Jedis. O seu nome apareceu pela primeira vez, há 50 anos atrás, no filme Vale das Bonecas, de 1967 (!!!!). Esta é a sua 51ª. indicação. Visto por outro ângulo, ele deve ser um dos nomes que mais perderam Oscars, já que ele levou para casa “apenas” 5 estatuetas (por Um Violinista no Telhado, 1971, Tubarão, 1975, Star Wars – A Nova Esperança, 1977, E.T. – O Extraterreste, 1982 e A Lista de Schindler, 1993). É de chamar a atenção também que o Brasil, apesar de não estar concorrendo diretamente a nenhuma premiação, pois o bom filme Bingo, que havia sido indicado na prévia, não foi selecionado, está presente com Carlos Saldanha, realizador do filme de animação O Touro Ferdinando, concorrendo ao prêmio de Melhor Animação e Rodrigo Teixeira como coprodutor do filme Me Chame pelo Seu Nome, que concorre ao Oscar de Melhor Filme.
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AutoresGianfranco Marchi Histórico
Fevereiro 2022
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