Nelson Marques Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Norte (ACCiRN) e Associação Cultural Cineclube Natal e-mail: [email protected] Doctor Who, uma série de TV britânica iniciada em 1963 continua sendo apresentada em pleno século 21, 57 anos depois de seu início. A história em si é bastante simples: são as aventuras de um excêntrico extraterrestre, conhecido como “Doutor”, um Senhor do Tempo do Planeta Gallifrey. Ele viaja pelo tempo e espaço em uma máquina do tempo, na verdade uma nave espacial, a TARDIS (acrônimo para Time and Relative Dimension in Space – Tempo e Dimensões Relativas no Espaço), que tem a forma de uma cabine telefônica (azul, não vermelha) da polícia inglesa da época, para proteger a Terra e o cosmos de todos os tipos de perigo e de seus inimigos. Destes, os mais recorrentes são os Daleks, Cybermen e o Mestre, outro Senhor do Tempo, que foi renegado. Da esquerda para a direita e de cima para baixo todos os atores e a atriz que personificaram (ou, como se diz na série, “encarnaram” ou “regeneraram”) o Dr. Who: William Hartnell, Patrick Troughton, Jon Peitwee, Tom Baker, Peter Davison, Colin Baker, Sylvester McCoy, Paul Megann, Christopher Eccleston, David Tennant, Matt Smith, Peter Capaldi e Jodie Whittaker (desde 2017). Suas posições na série foram as seguintes: A Globoplay tem os direitos de apresentação no Brasil da versão mais recente iniciada em 2005, num total de 12 temporadas completas. Esta versão de 2005, uma produção de Russel T. Davies, é uma retomada direta da série que durou de 1963 até 1989, apesar dos vários spin-offs em várias mídias que existiram desde então. São 147 episódios normais, mais vários episódios especiais, e especiais de Natal, uma tradição continuada desde a 1ª. temporada, a de 1963, com o personagem carismático Dr. Who. Este personagem clássico agora, e pela primeira vez, é personificado por uma mulher, Jodie Whittaker, sendo o 13º. Dr. Who da história desta série. Cada uma das temporadas, da 1ª. até a 6ª., de 2005 até 2011, tem 14 episódios (13 normais e mais um especial de Natal), com cerca de 45 minutos de duração. A 7ª. temporada, 2012-2013, teve 16 episódios. Entre 2014 e 2017, 8ª. à 10ª. temporada foram 13 episódios por temporada, enquanto que as duas últimas, 11ª. e 12ª., em 2018 e 2020, foram de apenas 11 episódios cada uma. Todas elas mantiveram a tradição de apresentar um episódio especial na época do Natal. A série Dr. Who de 2005 começou a sua exibição no Brasil no já extinto canal People + Arts, depois pela TV Cultura de São Paulo, seguindo pela Netflix entre 2011 e 2016, canal Syfy Brasil, entre 2016 e 2017, Looke em 2019 (apenas as temporadas de 1 a 11), e finalmente a Globoplay a partir do 2o. semestre de 2019, já incluindo a 12ª. temporada. A série britânica clássica foi composta por 26 temporadas, exibidas pela BBC One de novembro de 1963 a dezembro de 1989. A criação foi de Sydney Newman, C. E. Webber e Donald Wilson. Nunca ela foi exibida regularmente no Brasil. No total foram desenvolvidas 295 histórias em cerca de 800 episódios regulares (exatamente 861), além de muitos especiais e de Natal. Desses, consideram-se perdidos 97 deles devidos a problemas técnicos nos arquivos da BBC.
A série desde o seu início, em 1963, recebeu o reconhecimento da crítica e do público e inúmeros prêmios. O programa está listado no Guinness World Records como a série de ficção científica de mais longa duração no mundo e como a “mais bem sucedida série de ficção científica de todos os tempos”. Ela sempre foi reconhecida por suas histórias imaginativas, criativas, sem muitos efeitos especiais, devido ao seu baixo orçamento e pelo uso pioneiro de música eletrônica como trilha sonora e temas característicos. A música tema de Doctor Who foi uma das primeiras músicas eletrônicas feitas para a televisão (lembrem-se, em 1963 não existiam sintetizadores eletrônicos). O tema original é de Ron Grainier. Em 2005, Murray Gold foi o responsável por criar um novo arranjo que durou até 2018, quando foi a vez de Segun Akinola criar um novo arranjo. Digno de nota é que a produção da série nunca se afastou da tradição da música eletrônica. Apesar da série Dr. Who ter se encerrado em 1989, nunca se parou de pensar na sua continuidade. Houve uma tentativa de retomar a série em 1996, frustrada, no entanto, pois ficou apenas na realização de um filme-piloto que se transformou num telefilme. Por outro lado, se outra série não saiu do papel, vários spin-offs foram realizados: Torchwood, em 2006, As Aventuras de Sarah Jones, em 2007, K-9, em 2009, Class, em 2016. Para os interessados no tema viagem no tempo, outras séries de TV já “aconteceram” no Brasil: “Túnel do Tempo” (The Time Tunnel), produção americana da CBS, criada por Irwing Allen e apresentada de 1966 a 1967, ainda quando se chamava série de seriado, herança mais antiga do cinema, durando apenas uma temporada (30 episódios de cerca de 50 min. de duração; foi apresentada no Brasil pela TV Tupi, Rede Globo, Fox, TCM e TV Gazeta); “Contratempos” (Quantum Leap), criação de Donald Bellisario, apresentada pela NBC de 1989 a 1993, e no Brasil pela Rede Globo, em cinco temporadas, num total de 97 episódios, com duração média de 45 minutos; “O Imortal” (The Immortal), série americana para TV da ABC, criada por Robert Specht e apresentada de 1969 a 1971, num total de 15 episódios de cerca de 60 minutos. No Brasil foi exibida pela extinta TV Tupi. Foi baseada no livro The Immortals, do escritor de ficção científica James E. Gunn, lançado em 1962 (há uma edição em português de Portugal da Galeria Panorama, muito antiga).
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AutoresGianfranco Marchi Histórico
Fevereiro 2022
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