Nelson Marques Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Norte (ACCiRN) e Associação Cultural Cineclube Natal e-mail: [email protected] A minissérie Notre-Dame -- Catedral em Chamas (Notre-Dame, la part du feu) foi lançada oficialmente pela Netflix como um projeto original. Sem contar com grandes destaques, o elenco protagonista é formado por Roschdy Zem, Caroline Proust, Megan Northam, Simon Abkarian, Alice Isaaz, Marie Zabukovec, Sandor Funtek, Corentin Fila, Ambroise Sabbagh, Frédéric Chau, Victor Belmondo, Kassem Al Khoja, entre outros. Hervé Hadmar é o responsável pela direção dos 6 episódios da série francesa, que por sua vez tem o seu roteiro assinado por Olivier Bocquet e Hervé Hadmar. O time de produtores do projeto da Netflix é formado por Aimée Buidine, Philippe Guez, e Julien Madon. A trama de Notre-Dame — Catedral em Chamas é ambientada na noite em que a Catedral de Notre-Dame pegou fogo no ano de 2019, tendo como objetivo mostrar o destino dos homens e mulheres que precisam apagar incêndios pessoais enquanto tentam impedir que as chamas se espalhem pela famosa igreja. A produção acompanha os bombeiros de Paris vivendo as agruras da vida e do trabalho, onde se enfrentam, se amam, se odeiam e se ajudam em busca de uma chance de recomeçar. A Netflix acabou de estrear a série Notre-Dame — Catedral em Chamas, e nos perguntamos o que é real na trama desta produção, com tanta cena dramática daquele incêndio pavoroso e destruidor. A série original de seis partes não é apenas ambientada durante a noite em que o grande monumento gótico foi queimado. Mas também mapeia o impacto da tragédia na diversificada comunidade parisiense. O filme é apenas parcialmente baseado numa história real, ou seja, o próprio incêndio da Catedral de Notre-Dame. Houve uma parceria real entre o Corpo de Bombeiros de Paris e o renomado jornalista Romain Gubert, autor do livro-reportagem La Nuit de Notre-Dame (ou A Noite de Notre-Dame), de 2019. O livro é um registro dos bombeiros que serviram incansavelmente em 15 de abril de 2019, o dia em que uma chama “estourou” – possivelmente devido a um curto-circuito – logo abaixo do telhado do local religioso, por volta das 18h30, ameaçando engolir todo o local. Pela cronologia do incêndio e pela descrição feita pelo livro e destacado no filme o primeiro grupo de bombeiros (ou socorristas como destacado no filme) respondeu à cena quase imediatamente. Teria sido o suficiente se o incêndio não fosse tão intenso, como se revelou mais tarde durante o seu combate. Mais de 400 homens e mulheres arriscaram voluntariamente suas vidas para garantir que o fogo logo ficasse sob controle durante seu combate de horas que, felizmente, não teve vítimas fatais, mas sim muitos feridos. A temperatura dentro da catedral chegou a 800 graus Celsius. E os bombeiros tiveram até que extrair água diretamente do rio Sena. O combate ao fogo, em sua maior parte e tempo teve que ser feita a partir do solo e não do alto, pois havia o receio genuíno de danificar ainda mais a estrutura geral. Mas, mais do que isso, havia o medo real de que a estrutura, boa parte a madeira original da construção da catedral, não suportasse o fogo e a água que estava sendo usada em abundância para controlar o próprio fogo. O medo se confirmou ser muito real quando a enorme torre do edifício acabou por desmoronar, felizmente somente após um total de 15 horas de combate contínuo. Somente na manhã de 16 de abril de 2019, o fogo foi declarado completamente extinto. Acredita-se que a Catedral de Notre-Dame será restaurada à sua antiga glória até 2024, com um investimento substancioso. Por incrível que pudesse parecer a princípio, houve de fato algumas pequenas áreas que sofreram pouco ou nenhum desgaste por calor ou fogo. Se o incêndio da minissérie é real, os seus personagens não o são, pelo menos totalmente. Alguns foram inspirados realmente pelas ações de pessoas reais, mas não totalmente com base nelas. O próprio diretor Hervé Hadmar assumiu que a minissérie tem um viés mais para o romântico ou o melodramático: “Eu estava interessado em entrar nisso e estar com personagens que experimentaram coisas naquela noite”.
Para tanto ele olhou fotos reais daquela fatídica noite de 2019 antes de escolher seus personagens finais e “virou a câmera 180 graus para todas essas pessoas. Com meu co-roteirista, tentamos imaginar suas vidas. Então fizemos uma lista de 20 a 25 personagens diferentes. No final, não tivemos todos, mantivemos apenas seis ou sete”. Como vimos a história acompanha os acontecimentos da noite de 15 de abril de 2019, quando um incêndio se espalhou pela famosa Catedral de Notre-Dame de Paris, destruindo parte da igreja e causando tensão na cidade. Nesse contexto, um grupo de bombeiros e de cidadãos parisienses são desafiados até seus limites, com cada um deles com os seus próprios dramas.
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AutoresGianfranco Marchi Histórico
Fevereiro 2022
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